22 de dezembro de 2007

Sonho de Túlio




Deitado em berço distante,
o peito sobre o penhasco,
a mãe de Túlio faz asco
em incredulidade irritante.
Em partes por si, neutra amante,
em partes por Túlio, e ri do visitante.
Escárnio, severo carrasco!
Cuidado, pretenso entrante!
Túlio senta, ri do fiasco.
Como pôde fazê-lo, errante?

As trouxas no canto, refeitas.
O olho umedece a cama.
Novamente a nobre dama
convida ao grande drama
do descaso, da desfeita,
a que Túlio avesso aceita.
E o pobre a toma por seita:
outra vez se derrama
àquela que acredita eleita.
Mãe de Túlio, o colo chama!
As mãos respondem. A direita
convida à lama, à trama, à chama
e a esquerda a rejeita.

O regresso é sempre a promessa
feita no cerne da pressa
que jura ser o último passo.
Mas às voltas a vida não cessa.
Túlio embrulhou um compasso,
e disse: “- Volta, volta depressa!
O compasso é cortesia que faço,
mas é o destino é quem lhe endereça!
Se lhe for a vontade, eu nasço.
É seu o próximo passo
de desenhar a mim. Usa essa
maravilhosa circular e expressa
que a vida é um grande laço.
Não guarde o rancor, arremessa!
Não guarde a paixão, regressa!
Volta agora! Volta agora e começa!”

Acordei com Túlio ainda pedindo:
“- Creia, a fé o tesouro alcança!”
Enchi-me da mais pura lembrança
de amor, de bondade, e já rindo
respondi à frágil criança:
“- Túlio, não creia na lança
que apunhala e segue sorrindo.
Perdoe, mas muito me cansa
a idéia de ter uma herança
a legar – estória mansa!
Não serei pai de um conto lindo.”
Me falta a maldade e a bonança,
me falta a bondade e a esperança.

Autor.: Carlin (Carlos Pegurski)

16 de dezembro de 2007

Calígrafo



Um galpão solitário.
saindo da incensaria subaquática,
névoa prata no céu estralado.
A galope, cadente trem vagando no teto.

Árcade, ares dos campos do feno brando.
Arranjo composto por Fernando Brant;
sentado, enrolando os cachos do “cello”.
movimentado quadro, porta-retrato vivo.

Estrada que me come vivo de espanto;
de frio no canto do peito.
Suspeito e sinuoso trecho rumo ao precipício,
acalanto sossego, Alpes irrestritos.

Curso d’alma, nanquim da antimatéria,
antipoesia prosaica, antítese sem vias de regra.
Árcade não arcaico; sento, sinto e salivo
Sílabas salinas no céu da boca.
Osmótico soletrar, soletro, soletro, soletro sós letras...
solenemente semeio sentenças. Sufoco as linhas,
Movimento as entrelinhas e machuco a tela do escrito
Que giro e regiro de ponta cabeça.
Calígrafo, Calígula. Contínua
Cisma cheia de rima. Asfixia
Os traços almaços esta caligrafia crônica. Amasso
Cuspo e largo às traças na lixeira. Na lixeira.

26 de novembro de 2007

Batuque de buteco de beco.







Cancioneiro popular,
vos sois
do samba
como feijao e arroz,

farinha, toicinho
quintal, e pra depois
neguinha dengosa



cheirosa e carinho.

Versinho dobrado



como barquinho de papel
e chapeuzinho de batuque de noel,
batuque de buteco de beco.

Bem popular, como barata no beco.
Cancioneiro com fome.
Dentre os dias lineares
mais um homem.

15 de novembro de 2007

sem hora




Senhora, partem tão tristes
meus olhos por vós, meu bem,
que nunca tão tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.
Tão tristes, tão saudosos,tão doentes da partida,
tão cansados, tão chorosos,
da morte mais desejosos
cem mil vezes que da vida.
Partem tão tristes, os tristes,
tão fora de esperar bem
que nunca tão tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.
João Roiz de Castelo-Branco, Cancioneiro Geral

13 de novembro de 2007

queda quebra queixo



ninguém vendo
assovio sem som no parapeito...
lá fora está chovendo
e assim mesmo eu vou chorando...
jogo sujeira no chão
não importa, sou mundano...
recomeço um novo âmago
vou soprando o ar, e sopro...
caio da janela,
volto ao corpo.

12 de novembro de 2007

gift of freedom




There was this beautifull canary once up on a time.
He was born with this gift, he could fly places the other birds couldnt. But he never got back home trough a safe journey.
There was this black falcon to, wich couldnt fly anymore, all he used to do, was jumping fron one place to another, spreading his sadness in his diseased singing all the way around. The black falcon was unrealiable and atempt to all the mistakes and weeknesses fron the other birds , because he wanted no bird to fly anymore because of his "condition". So one day, the beautifull canary flew over really distant and deep hills and naive he was he told the black falcon how were the places he had been. The black falcon bitted the canary wings but when he touched the canary wings some strange and huge sound of birds dying started to persecute the black falcon untill he died. The canary died to, because his magical wings were touched with hateness and it got putrid when the canary tears drained to the wings. The canary after revived as a normal bird with no memories fron the places he had been. The places the canary have been, stopped existing.

4 de novembro de 2007

Getting Lost With Phil











Domingo, ressaca braba, o que fazer???
Que tal 16 km de caminhada?





Muito bem, e foi isso, acordamos cedo, tomamos aquele café esperto e fomos pro meio da natureza.

Trilha muito interessante lugar bonito, passamos por uma cidadinha, um cemitério antigo e charmoso..piquenique, minhas três familias de acolho e meus amiguinho da america do norte...
Jhon, Joe, Emma e Jeff.

SUbimos e descemos então um mesmo morro e caminhamos muito também, nosso guia e sempre disposto Phil se perdeu e agente acabou andando um pouco mais do que deveria, era também aniversário do Jeff, mas ele não sabia ainda da festa que o esperava ao regressar da caminhada.

24 de outubro de 2007




Aqui, sentado na curva do rio,
respiro...
não tenho um centavo,

tô vivo...

A holanda me inunda

com seus barcos atracados,

esrevo...
escorre um soneto, no porto...

nada escuto,

sou cego, nada vejo.
Sou velho,

sou mudo

É o mundo através de olhos inchados.
Na volta para casa,

é o trem que segue

o curso do rio.

Imagino...minhas mil faces

e o mendigo com seu instrumento

mija no rastro dos pombos,
ele se senta...

Não percebo as tartarugas,

que nadam
no meio do canal
que seus cascos não virem sapatos...

e, depois de um dia cheio,

que enterrem meu coração...

1 de outubro de 2007

Descida de Kaiak

Sábado agente fez uma atividade do ROTEX muito legal...

uma descida de kaiak à dois...muito legal

o dia tava bonito e tivemos que acordar bem cedo pra pegar o trem e tals...tinha bastante intercambista então foi aquela zona de sempre...
o lugar é bem bonito, pena que eu não tirei nenhuma foto, quando eu tiver foto eu vou postar nesse post...
agente passou por um pequeno castelo e tudo mais, agente desceu 10 km ou coisa do tipo eu acho...durou o dia inteiro...e foi muito bom por vários sentidos...

Primeiro: Trabalho em equipe...quando melhor for sua sintonia com seu parceiro mais agrad´vel se torna o passeio de kaiak...

Segundo: quando se passa algumas horas com uma mesma pessoa só, se pode conhecer a pessoa muito bem e ter conversas interessantes...

Terceiro: conheci a Elza, minha parceira, menina muito legal, uma mulher novinha de 16 anos, mas muito madura...e que mora só em Floripa...

E foi isso, depois de uma descida cansativa, pegamos o trem de volta, jantei na casa do meu avô de acolho, e, pela primeira vez, eu me senti em clima de familia, foi legal, depois me arrumei, e mesmo cansado fui ter uma noite de arrepiar em liege, acho que uma das mais intensas...o léo e o Nestor vieram repousar aqui em casa....

28 de setembro de 2007

Festival Wallonie - Namur - País dessenvolvido???






Depois de uma semana sem fotos, pura correria, aulas de frances segunda a noite, futebol terca a noite, frances quarta e futebol quinta...tudo isso depois de um longo dia na escola, no jardim...

Sexta eu fui conferir a comemoracao da Wallonie que eh na verdade a parte francesa da Bélgica...

A Bélgica, praticamente são dois países dentro de um: Wallonie e Flandres...

Pega trem, vem o "gopassero", que acaba com a sua vontade de nao pagar a passagem...trem aqui eh caro...vai ver eh caro pq brazuco eh pobre e fica fazendo conversacao pra tudo...

A festa da Wallonie resumindo, nao foi boa ateh que eu sai dela...

Pessoas brigando nas ruas de tao bebadas,uma energia ruim, de pessoas presas no egoismo dos excessos...duas mortes, homens batendo em mulheres na rua...parecia que a europa tinha voltado ao periodo medieval naquele momento...

Depois de procurar e procurar os brasileiros no festival e de curtir uma com os OZZYS (australianos e neo zelandes), que por sinal sao mto bacanas...fomos dormir na casa da brazuca que mora quase na fazenda...

Depois de trem e andar por duas horas...chegamos a casa...

lugarzinho bacana do tipo que eu um fim de semana mas nao moraria...

to tentando descobrir ainda se eu sou bucolico ou urbano...

as fotos da noite, pelo caminho sao otimas...e descobri mais uma coisa interessante..as padarias belgas...se come bem e se paga barato...

1,50 dah pra comer uma doce bacana...

dormi na casa da lu com outros brazucos e o canadense guerrero que nao entendia nada do portugues que agente falava...

Quando peguei o trem d evolta nem sabia o rolo que ia dar...

27 de setembro de 2007

Dia de Luto















O que eh bom para mudar a rotina de vida noturna?

Um dia cultural...

E foi isso, depois de um excelente sabado na noturna liege, no domingo minha familia daqui levou eu e meus amigos para trabalhar a cabeca um pouquinho, que tb faz bem pra saude, e pro figado...

Agente visitou primeiro o Memorial do Nazismo, que funciona como se voce estivesse sendo levado para dentro de um campo de concentracao...

ai conta a historia dos campos de concentracao aqui na belgica...e na europa...
mostra pertences de ex concentrados, como as roupas dos judeus, dos militares nazistas, fotos videos e tudo mais...

bem bacana, meio triste....

depois agente foi visitar um cemiterio americano da segunda guerra mundial na belgica...

O cemiterio eh lindo, eh cuidado pelos proprios americanos e o cemiterio eh territorio americano dentro da belgica...
o interessante sao os padroes conservadores da sociedade americana que podem ser notados no cemiterio...

O cemiterio eh descampado...e enorme, com milhoes de sepulturas brancas pelo chao...
depois do ventinho de lah voltamos para tomar um chocolate (belga) quente...e outono vindo...ta ficando frio...






10 de setembro de 2007

Station Princesse Elizabeth




Todos a bordo da Estação de Pesquisa Polar Princesse Elizabeth...

Sabadão, dia 08 de setembro, eu fui a Bruxelas visitar a estação de pesquisa que os belgos vão montar no Polo Sul....

Era num centro de convenções, ai dava pra entrar dentro da estação, aonde equipes de 20 pessoas vão se revezar a cada 4 meses durante 25 anos...

Essa estação é a primeira estação polar ecológica...

Produz a própria energia que consome através de energia solar e heólica...
Não produz residuos inorgânicos...
Bem bacaninha...eu nao tinha muita nocao de como as pessoas se viravam dentro desses centros de pesquisa no meio da neve...

Alem da estacao, tinha varias barraquinhas, onde voce podia obter informacoes da estrutura e da construcao da estacao, informacoes sobre o ecossistema no Polo Sul...

Barraquinhas dos patrocinadores tb...ganhei suquinho de graca, rs...
desgraça de brasileiro nao pode ver nada de graça...

Depois agente foi almoçar em bruxelas... EU AMO BRUXELAS...

aquela cidade é demais....

Eu comi um DURUN...que é tipo uma comida turca que eles comem demais aqui, é uma especie de panqueca siria enrolada com lascas daquelas carnes que ficam girando num espeto...

na verdade eu comi um durun e meio...pq minha irma nao quis comer a dela inteira...rsrs

comi a minha porção de fritas...e a porção de fritas do meu brodinho canadense...hhaehueahueahuehauhueahuae...depois agente tomo um sorvetinho perto do cara loko artista de rua vestido de homem do futuro rs...bem lesgal...

Ai eu pedi pro meu segundo papai que eh papai do jeff (canadense) agora...pra deixar o jeff passar a noite comigo em Bruxelas e voltar no primeiro trem de manha...as 6..ele nao dexo eu fiquei meio putinho...pq eu nã faço quase nada sem o jeff parceria...ai agente veio pra Liege e chegando aqui após aquela comilança toda adivinha só:::::

CODORNAAAAA

cara eu entrei na cozinha e vi vários "franguinhos" inteiros em cima da piah e tomei mó sustão...mas é mto bom....carne eh diliça, mas é mei fodinha de comer...

ai agente comeu as codorna com fritas , rs, sorvete, e o Léo ligo...Léo é o otro brazuca que tá aqui, o otro parcero...

agente saiu no Carre (quadrado em frances) que eh o lugar dos buteco...
encontramo o cara do mexico que tava mtttooo bebado e as minina do EUA e do Canada...ficamo no Soleil, depois eles sairam fora e nós fomos tomar a "SAIDERA" no La Corse St Jean, o buteco dos intercambista, chegando lá agente conheceu umas minina belga que arrastaram agente pra uma boate que tava rolando musica latina, agente fico lá "dancando" com as meninas ai viemo embora...

Ótimo dia, um dos melhores aqui...dormimos eu o Jeff e o Léo no meu quarto, eu abrigo a galera aqui pq eu moro no centro do lado de tudo e não tem como voltah pra casa de madrugas...

Perguntei pro Léo:

- Que horas tu quer acordar amanha???

resposta:

Uma da tarde...

Desliguei a luz...

3 de setembro de 2007

Mastritch e o roubo da câmera

















Cansou do universo belgo???
vá para Mastritch...há 23 km de Liége a cidade de 500 mil habitantes nos mostra uma Holanda avançada....

Limpa
Arborizada
e com uma população consciente, que usa muito suas bicicletas como locomoção...os preços também são melhores que os da Bélgica...

Não pode deixar de provar a cerveja escura com chocolate e frutas vermelhas...iguaria sem igual...

Adquira também os sapatinhos de madeira produzidos por lá...
se a grana estiver curta...faça como eu e aquira uma miniatura pra depindurar em algum canto empoeirado da sua casinha...

VIVA A HOLANDA...

próxima vez eu vo de bike...

28 de agosto de 2007

àos belos jardins...


Flores, o que elas vêm?
Pouco, para sorrirem tanto...
Tanto, para ostentarem muito
colorido que borra pranto...

que borra o chão no outono,
com vento ou sem vento,
que borra o resto

de desalento que borra e jorra

de mil lamentos e borra,
e venta, e as flores não dão bola

e borram o vento
e vão....

e borram um borrão
de tinta na tela,

pintam cores sem aquarela

(que não borra).

E, na primavera,

borram os cantos com gotas múltiplas,
que escorrem todas após o verão;
ao mais tardar, voltarão lúdicas...

26 de agosto de 2007

Bruxellllasssss
































Bruxellassss...

Cidade linda, bem maior que Liége, a sede da União Européia, o prédio da OTAN é lá, muiito legal...

Eu fui pra lá com a minha segunda família antes de irmos pro aeroporto buscarmos o canadense, Jeff, que chegou...eu fui no centrão, aonde tem a praça central, chamada, La Place, e o Mankee Pis, que é aquele mulekinho pixotinho mijando, apesar de pixotinho é um cartão postal de Bruxelas, talvez o maior... depois do aeroporto eu voltei pra bruxelas com o meu primeiro pai e ele me levou no atomium que é aquele coiso de aço, é tipo a Torre Eiffel deles, e demos mais voltas de carro por bruxelas passamos na frente do parlamento, e do palacio do rei...muito lindo...eu volto pra bruxelas dia 29 de agosto com o rotary pra fazer uma visita mais detalhada e é pertinho daqui entao sussse...mais é isso...cidadinha batuta pra chuchu, conheci so um pouquinho mais deve ser divertida...tem milhoes de exposicoes e coisos culturais lá, uma hora dessas eu vou lá dar um rolézinho...

25 de agosto de 2007

Cheratte e o Ganso











Domingo foi o melhor dia que eu tive na Bélgica até entao...Nathalie, minha mae belga, me levou num show de soul num bar bem legal bem do tipô que eu queria ir na europa, é um antigo castelo numa cidadinha chamada Visé, perto de Liége...
O castelo agora funciona como um centro cultural e tem um bar bem bacana...
A banda bem boa e o mais curioso é que tinha basicamente velhos assistindo o show, diferente do Brasil, aonde se vê poucos velhos nesse tipo de ocasião...bacana, os velos aqui tem um espírito bem diferente, eles continuam a tona...
Por coincidencia, o baixista da banda é primo do meu pai Belga e nós pudemos falar com ele...
o cara é mó piradinho, mas parece ser bem inteligente, deve ter tipo uns 40 anos, ou tá acabadinho mesmo coitado...ele gosta muito de musica brasileira e citou Egberto Gismonti...
agente andou conversando por email...
Depois dessa parada interessantissima no show no chatteau, agente foi visitar um festival tipico numa cidadinha vizinha chamada Cheratte..poucas pessoas, cidade pequena, mas tava muuuuiiiitttooo legal...
São tres barraquinhas na cidade, aonde eles servem carne de ganso a milanesa com um molho branco muito bom...
Bandas tocando musicas de fanfarra...e senhores vestidos com uma roupa tipica...muitos jovens e muitos velhos...todos tomando muitoo peket num copinho de porcelana que eles depinduram no pescoco com um cordao e, é claro, a famosa Jupiler...(cerveja belga)...(muito boa por sinal)...
Carros alegoricos passam pelas tres barraquinhas e a galera vai curtindo...




ficamos la, bebendo peket e comendo ganso...
depois voltei pra casa e apaguei....
Foiii muitooo 10...

22 de agosto de 2007

Luxemburgo




Flaaaaaa, esse dia foi massa, sábado pra ser especifico, minha familia pego o carro e foi pra Luxemburgo...uma hora de carro e o mesmo visual de sempre, arvore, plano e algumas vaquinhas de leite...

agente foi visitar um amigo da familia que parece ser mto inteligente, a casa era um tesao, mas nao eh ainda, pq eles tao construindo, mas ela vai ser bem massa, toda cheia de tecnologias e mil e uma maravilhas...

agente comeu um churrasquito, de linguica e peito de frango (blanc de poulet) e tomamos vinho e mais vinho e mais vinho frances...

ai eu toquei uma bossinha pra eles e nos comemos chocolate e mais chocolate e mais chocolate belgo...

voltamos e eu fui espairecer pela noturna Liege...

17 de agosto de 2007

Sexxta dia de cerveja...




Opaa...

Hoje é sexta foi o dia da cerveja, ou bera como se diz em curita....

Fui num bar muito legal pra me despedir da minha irma queridissima (Pauline) , o famoso bar loco Le Pot au Lait...

tomei uma cerveja de pessego e uma cerveja de cereja, foi bem legal, o lugar eh todo maluco com uma decoracao da hora...Ai voltei pra casa e logo me ligaram os amigos belgos meio brasileiros, Adrien e Carole que moraram em Curitiba um ano, eles me levaram pra dar um rolé geral pelo Carré, um kugar tipico em Liege onde os jovens se encontram e onde ficam os melhores bares...

Tomei um drinque e eles me pagram outro num bar bem chique....

Depois fui num bar onde tem mais de 1000 tipos de cerveja para vender, nao tomei nada...mas tirei foto com o catalogo gigantesco do lugar...

Dei mais um rolezin com o Adrien e voltei para casa, comi batatas (o arrow e fejao deles rsrsrs), com bife de frango, "chicon" (leguminosa francesa) e tomate...

Depois do jantar fiquei com saudades da familia e aqui estou...chove la fora e esta nublado, 21 graus...

2 Familia Doidona ; Liege terra dos bares


Ahhhh quarta fui dormir na casa da minha segunda familia, eles sao bem doidinhos e adoram cultura brasileira, tem um monte de cds de musica brasileira, inclusive de cantores que eu nao conhecia rs ( que vergonha) ... Cheguei la de tarde e fiquei quase o tempo todo com a minha irma que vai virar mineira, Pauline...eles locaram Abril Despedacado e meus pais sairam ai ficamso eu e as duas Paulines, maninha e a amiga dela com o mesmo nome...
Elas fizeram um macarraozito com molho de tomate e agente foi assistir o filme, eu durmi o filme todo pq ainda tava cansado da festa da noite anterior que foi o bichooo...
Elas gostaram bastante do filme, eu ja tinha assistido entao nao da nada....
Depois do filme a Pauline amiga foi dormir e ficamos eu e a pauline irmazita conversando e tocando violao uma cara...ela é muito gente boa e nesse dia acho que ficamos bem amigos e tals...
Ai meus pais chegaram tipo meia noite e agente foi dormir....
Eu ainda fiquei um tempao pensando na morte da bezerra antes de dormir pq tinha dormido o file, inteiro....

Quinta, eu acordei e fui tomar cafe da manha, a geleia de morangos deles é so morangos, muuuito boa e tem nuttela a rodo nesse lugar... tomei um banho gostoso num chuveiro de quase verdade ounvido aquarela do brasil eahuaehuaehuaehuahe... meu pai atual foi me buscar, voltei pra casa almocei e fui resolver a minha documentacao de cidadania belga, abri uma conta no banco daqui e ganhei um credito de 10 euros ( todo mundo ganha quando abre uma conta) ...
Descobri que podia usar o cash passport aqui e voltei para casa...

Ganhei um celular e fui no parque aqui perto de casa sozinho, tirei umas fotinhas que tao no orkut...

Voltei jantei, uma bisteca, batata e salada de tomate com rucula eu acho...

E sai com a katyusca, uma brasileira de Itajai que ta aqui desde janeiro, agente tomo uma sangria num bar cubano, tomamos um peket de banana no Maison du Peket e fui leva-la na estacao de trem, aonde ela meio que me ensinou a pegar o trem....

Na estacao tomei minha primeira Jupiler (cerveja belga muito boaaaa, e forte)...

Ela saiu fora e no caminho de casa eu tenho que passar no Palacio do Principe, porque eu moro bem perto...desci as escadas da praca do palacio e do outro lado do rio, fogos de artificio....

16 de agosto de 2007

1er Festttt


Uhftiiiii....

Terca foi batuta pra chuchu, fui converar com o chairman, que é bem legal, depois voltei para casa e tinha uma festa com toda a familia reunida porque meu irmao tava indo pro Canada, muito champagne e vinho rosé, comidinhas gostosas e belgas, uns folhadinhos de camarao irados, e outras coisas...eu toquei bosssa nova pra familia, errei um monte pq tava nervoso, mas eles gostaram mesmo assim. Depois da festa, fomos, eu, QUentin e dois amigos dele para um festival tipico que celebra alguma coisa religiosa daqui, tem banda de rua, um monte de barraquinha vendendo comida e peket que é tipo a bebida típica deles, uma espécie de cachaca belga,...tem uma bandinha tocando uma especie de ska e um monte de jovens muito loucos dancando inadvertidamente com a banda (eu gravei um videozinho que vo coloca no orkut)...encontrei o Adrien, o belga que fico em curitiba um ano...encontrei tb Pauline, minha irma que ta indo pra Minas, ai fiquei so com ela e os amigos dela o resto da noite...agente fico dancando musica cubana eletronica numa tendinha que o amigo dela tava tocando bem massa...
Agente danco um monte e bebeu um pouquinho...
Conheci uma menina chamada Even, que na hora que foi embora me deu um beijo e saiu correndo (vai entender as belgas)....e depois me encontrei novamente com Quentin e viemos para casa....
Cheguei, comi resto de petiscos da festa da familia e fui deitar meio zonzo.....

Vinícius


15 de agosto de 2007

Boulevard de Souveniere 56 Bienvenu Liége


Primeiro dia

Cheguei e fui recepcionado pelas minhas duas primeiras familias, e do aeroporto viemos para casa, dei muita sorte, meu quarto é grande, cama de casal, pc e som; o apto fica no centro de Liege, perto de tudo e do lado da escola, da pra ir a pé, mas as aulas só comecam daqui a 3 semanas...

Tomei um banho, o banheiro é bem diferente, é uma banheira com uma torneira e uma mangueirinha, nao tem chuveiro no alto...

Primeiramente fomos almocar num daqueles restaurantes ao ar livre na europa em frente a uma bela catedral, Place de Catredal (praca da catedral): comi um Canibale, sao 3 fatias de pao com um pate delicioso de carne crua e, uma rodela de tomate e um pouquinho de repolho com alface e molho. Depois ficamos so eu, Quentin e Pauline e eles me levaram pra conhecer Liege, a cidade é muito linda (tres jolie) com construcoes antigas e muitos bares, é bem arborizada e tem um rio grande que corta a cidade chamado La Muse. Eles me levaram a um lugar tipico chamado Maison du Pekquet... Pekquet é uma bebida tipica daqui muito gostosa tem de varios tipos mas o primeiro que eu experimentei foi o flambado que voce toma com um canudinho enquanto ainda pega fogo...depois fomos a La Muse e voltamos para casa pois tinhamos que ir jantar na casa da minha segunda familia. EU estava muito cansado, mas todos estavam sendo tao legais comigo...A casa fica no suburbio, é uma casa linda, hiper colorida e cheia de coisas artesanais. Estava umdia lindo de sol entao fomos jantar no jardim, que é simplesmente extraordinario. Meu pai fez churrasco, de carne de porco, frango e linguica. De sobremesa tivemos aquelqs tortinhas belgas lindinhas, tao lindinhas que da dó de desmanchar para comer...deliciosa de chocolate e o chocolate belga é realmente muito bom...

Ficamos lá mais um pouco e voltamos para casa, eu estava muito cansado entao dormi o caminho inteiro ate em casa, e quando cheguei fui direto para a cama, era 22 horas e estava escurecendo...

4 de agosto de 2007

Sábado

Primeiro dos últimos dias
A semana vai passar ao contrário
passo o dia ao contrário
cerveja, filme, e família.

As coisas estão organizadas.
Tudo pronto para um ano
A mala aberta quase cheia
esperando pra ser lacrada sem nenhuma falta.

Amanhã é domingo
Feira Hippie do Largo da Ordem
Churrasco, futebol com o pai.
Visita à um velho amigo.

24 de julho de 2007

Joaninha...

Marrom, ocre e luz entrando.
Cortina, aguá na chaleira,
mesa quadrada de madeira,
quatro quadeiras, seus pés nús...

uma lata de biscoitos finos,
azul; papéizinhos brancos bem dobrados,
poucos farelos cobrindo,
uns na superfície e tantos no assoalho...

a sede...
os olhos voltando-se para a porta...

um vestido de amarra
com cordão na frente
dormente, sono que passa,
fumaça, oito da manhã...

I - Querida que cedo você acordou...
II - Sim, dá um copo d'água?

o braço leve
planando com uma jóinha
que balbucia dourada,
a mão esticada, linda.

Vinícius Andrade Vieira

21 de julho de 2007

Rochedos

Despedidas: navios negreiros,
veleiros em coma ,um silencioso vendaval.
Uma acusação que vira convencimento,
Um convencimento que vira acusação.

Um aval mútuo,
um pesar momento de compreensão...
Sem lamento, sem tchau...
Um telefone escrito no guardanapo...

Pra nunca ligar perguntando o que aconteceu,
O que acontece, ou só pra bater um papo...
Despedidas sofridas...
Uma presença invisível atormentando os dias....

Atormentando as noites.
Atormentando as recordações.
Sem saudade, não tem saudade na despedida;
Só o que tem é uma sofrida e talvez costumeira inquietação...

um esquecimento pelos lugares...
pelo tempo ou até mesmo pelas dimensões.
A despedida que floresce em emoções
tem destino à terra fria embaixo do solo gramado...

è chão molhado que seca gelado...
é um infindo partir ao meio sem regeneração...
é um infindo fim do infinito...
é uma impossibilidade de dizer não...

20 de julho de 2007

Equilibrium ; meu desabrochar....

“Nos situamos em uma contemporaneidade esquizofrênica, a loucura é a compreensão do universo de si; fluindo para dentro de si, se chama deus”.
Nós homens , somos todos infinitos; masculino e feminino, simples e complexos, belos e horrendos, tudo e nada, sempre e nunca, enxergamos e somos cegos, solitários em multidões, o bem e o mal; escravos livres de nós mesmos. Eufóricos estagnados, pois a euforia e a estagnação são sós em si, procuramos então pelas respostas que já temos para as perguntas que nunca fizemos, em lugares novos que já conhecemos, dentro de nós mesmos. Assim a existência desaparece como uma névoa e a coexistência surge como o nascer do sol e uma vez que a existência é nada e a coexistência tudo é, ambas coexistem formando o todo.”

22 09 2005

Vinícius Andrade Vieira

14 de julho de 2007

Paquerê...estranhos no bar...

Dia dez,
Desdém, dádiva...

Diamante sem ritmo...
Dentes doces, deitados...

Indolente desenho

Deleite divino,
Dezessete sentidos

Denominação:

Lucíola,
De novo Lucíola

Duas e duas dúzias
Dentro do inaudível...

8 de julho de 2007

Ad Eternum...

Olho pra cima e toco aonde os pássaros adormecem,
tento sentir o conforto por entre os ramos
dos campos aonde as cores florescem.

Será a morte vindo?

Quanto mais vivo menos a desejo
e mais a amo.
Tal lampejo que cessa as cucuvias vindo,

que padecem...

enrijece o sopro cisudo de todo terrestre,
faz tudo inadvertido.
Dá nos afeição aos grandes pais, pais de nossos pais,

que padecem...

Nos conduz na bela dança,
e gira , pomba-gira balança,
ri, todos se divertem, todos...

que padecem...

As pedras marretam o oceano através das ondas,
Se fizer conchinha no pé do ouvido ouve-se de longe,
ela vindo, a onda, fatal contra os rochedos, trazendo envolto tudo que se enrijece...

e que padecem...

7 de julho de 2007

Desilusão...

cão de cócoras
cômoda da altura da cintura
quero tirar uma foto
cade minha câmera de retratos?

cansada foi pras cucúia

razão quase esotérica
histérico magoar cotidiano
apequenar o mundo na hora do arrependimento
é tarde...

choro nem vela

aquarela sai n'água
mágoas marcam pra sempre a pintura da tela
respostas inexatas são furada
só matam o amor a cada dia

se começa do dez , então só regride

se começa do zero, não agride
somos todos agridoce
uns azedos, outros mais doces
no fim das contas é só desejo

medo da solidão e vaidade tola.

3 de julho de 2007

Asfixia à gás

Sem volúpias aveludadas
ou mesmo veludosas , vaidades voláteis

verdades venéreas
vielas velozes

vozes
vozes

fuga sagaz;
cheiro sem cheiro do gás

lento colapso, processo fatal
perda do senso de sono vital

morte
morte


letal inalação
botijão de tristeza

velório veemente;
velozes velas

lágrimas e vozes viúvas;
mazelas, uvas negras

caixão
no chão
contrátil
caixão

27 de junho de 2007

Mentiroso...

Eu vou chapar o ferro
que braço nenhum vai consertar

eu vou escrever
no verso do berro

Moça:

o sol nasce lá em casa
com azul e cor-de-rosa

o vento se mistura em pensamentos
de pecados, sonhos;

teu jeito loiro,
tua pele a reluzir

o som da sua existência atraente
palavravinha a zumbizar

o afago dessa donzela de pernas curtas
a trafegar os becos

nas vilas ocultas
de minha idéias doidas a incomodar

teu corpo na minha janela se esquiva
e eu aqui...

em tempo que se deixa morrer,
pra não deixar matar....

espero criatura ingrata,
que possas logo consternar

o sopro da cigarra
que te faz cobra....

eu minto,
tu minto....

todo mundo mente a beça
pra poder escapar sem pressa...

escapaste bem...
passar bem...

mentiroso...

20 de abril de 2007

Espantalho sozinho...

Um nada sozinho no meio do nada.
Tremendo moinho eu faço e desfaço
as flores que rego, as pétalas mortas
não sabem das curvas e escorrem no ralo...

e desde criança perdia os brinquedos,
meu dedo roia, perdia os amigos,
perdido no tempo, não há mais abrigo
pro sopro do vento teimoso e gentil.

Semana que vem está tudo enterrado.
Boneco, mentira, está tudo encerrado.
Dormindo eu acordo e me deito encravado.
No peso do sono, enterro assombrado.

Me choro por dentro, sorrio abstrato.
Me choro por dentro, maltrato e destrato.
Me choro por dentro, me gozo me rasgo.
Me choro um rebento de choro de rato.

Atrás dos
Momentos
Ou mesmo dos
Rastros

Se ela te pega e te deita nos braços,
O sonho da noite te traz um embalo.
Os olhos enxugam e o peito arrebata,
Mas não cicatriza e escorre de novo...

Vinícius Andrade Vieira

18 de abril de 2007

Tonho voto 13!

Tonho sonhador
Os Tonhos e o mesmo sonho
Efêmeros sonhos

E eu adentro o sonho do Tonho

Puxo a cortina
que me leva em direção a retina
escalo quatro vasos sanguíneos;

“Tonho Imaginativo”

O suor de Tonho que escorre
Circunda o seu bigode
E o medo de me ver, delírio,
Sentado no córtex

Caras iguais, rostos
Todos iguais
Muito mais Tonho
Todos Tonhos, o mesmo rosto

Todos alisando o bigode
Como Tonho e como Dom Antonio
Dom Antonio neto o nome
Tonho, somente um pseudônimo

E todos caboclos
De pixain até
O começo de barba
Por fazer até o pescoço

E os anos que passam
E os Tonhos que passam a pé,
A cavalo, de carroça
e no Trem

Tonho sem carro
Tonho sem carruagem
Montado no jegue,
Tonho do pão com manteiga

Tonho sem “viadagem”
O primeiro Tonho
No meio da criadagem
Tonho da navalha seca cortando na cara

O mesmo sonho distante
O Tonho de amanhã
Tomando suco
Das laranjas que colhe

O Tonho diferente
O tonho sem malandragem
Escolhendo entre as canas que mói
O sabor igual ao sonho que engole

O Velho Tonho da Condução
Do carnê do Baú
Com camisa do flamengo
Tonho voto 13

Tonho das 5 as 8
E o bom senhor que não ajuda
Tonho tolo que cedo madruga
E troca os números da urna por 4 pacotes de biscoito e 5 de açúcar

Tonho quebra muros
Tonho tijolo por tijolo
Massa corrida
Sagaz, contente, sorridente Tonho “criolo”

Tonho sem estudo
Tonho mestrado pela vida
Tonho de dentadura
Do mínimo que o engrandece dia 30

E a pinga ardida
Que viro água
E as magoas que não viram e não abriram feridas
Os calos até meio dia no sábado, e a folga do domingo

E a criançada feliz e virando Tonho
Os 18 chega e o Tonho com T maiúsculo
O Tonho com a primeira sílaba tônica
E a crônica Tonha com mais um tonhinho dentro do bucho

E a casa de Tonho que nem coração de mãe
E o Tonho que apanha dia após dia
Procria e perpetua
A espécie Tonho na rua procurando emprego





Tonho que não agüenta a mesma ladainha matutando lá dentro do córtex
Sou expelido de dentro de Tonho
Pelas vias respiratórias do trago
antes de Tonho imitar seu serviço, Tonho João de Barro

O mesmo Tonho poluindo a atmosfera
com seu cigarro
E as caras iguais, rosto
Todos iguais

Muito mais Tonho
Todos Tonhos
Sempre iguais
Sempre Tonho....

Vinícius Andrade Vieira

15 de abril de 2007

Cadê moças família?

Havia dois meninos no rio Carioca.
A queda da cachoeira
no dia da pororoca
só dava piranha.

Dona Xana, Sinhá Perneta,
vinha dizendo já em dezembro.
Sábia profetisa. Disse ela:
- A cheia vai te piranha!

Nhadt! E deu. Não é que deu, encheu todos os cantos de piranha.
Piranhas novas, velhas. Piranhas anônimas
Piranhas famosas, pré-piranhas e ex-piranhas.
A cultura de todas quererem ser piranha.

Pra lá e pra cá rosas e cravos
debaixo da sacada,
Comendo pelos narizinhos, farinha.Pelos buraquinhos sendo comidas, e regadas com inseticida.

Vinícius Andrade Vieira / João Rafael Cândia Athas

10 de abril de 2007

E Após o Luto....esteja com os anjos Su...voltamos às atividades

Pare na pista....
Mas já é tarde...amanhã à tarde
o granizo ainda vai atingir meu peito
vindo do céu cinzento...

Foi por tão pouco
Foi tão pouco
que mesmo prevendo
era pouco para te dizer...
Lamento o inevitável por tão pouco...

Não há beleza na loucura
se não para o próprio louco,
Mártir da própria insanidade
refém do abismo
que se atira antes dos 20 anos de idade...

Choro sem soluçar, escorro as letras
neste papel fúnebre que agora trafega rumo
ao sono de meio termo,
entre as duas dimensões
que te chamam e clamam à sua espera...Foi a troca que fizeste
ingenuamente.
Deu te tudo
em troca, uma espera eterna
pelas coisas todas que aqui ficaram pendentes e presas nesta esfera....

Coisas tolas da vida...quase todas as coisas.
Já havia sido anunciado
por poetas mais capazes, limitado à atmosfera das perdas:
Os bons se vão antes,
desfazem-se rapidamente como as rosas enterradas no solo úmido, em luto...

Pode parecer bruto
mas entre o espanto e o soluço
fica uma pergunta:
Qual o destinatário a ser endereçado
em tal carta de absolvição?

E se me permite mais uma indagação.
Onde estavam os anjos da guarda
no instante em que a existência lhe tomou a parte toda de tudo?
Qual será o plano de vôo do pombo correio
que te permitiu planar e ter a grande questão respondida?

João Rafael Candia Athas/Vinicius Andrade Vieira

1 de março de 2007

Descalço em Brasa

Tiro as meias para poder andar descalço, as coloco para fazer o medo do escuro passar e ir dormir. Dormem também as menininhas dopadinhas ao vagar no asfalto, de sobressalto as pupilas enxugam a sangria. Agacham-se, e imploram, e pagam de joelho, e passam, e alisam, e o nojo que antes subia morno pela goela, e que fazia também antes ruminarem estas vaquinhas sapequinhas quando eram apenas bezerrinhas sabidinhas , agora é parte do jogo, ânsia tolerável, trocável pela fração de cápsulas, de mato, de fumaça, de tudo que se cuspa, que se engula, de tudo que se masca, de tudo que encha as bochechas enquanto se apalpa, se alisa, se engana. Da cama pro “narco”, do teco pra cama. O tico-teco se esvazia, esperneia, reclama de barriga cheia e sai pra passear descalço.

João Rafael Candia Athas/Vinicius Andrade Vieira

27 de fevereiro de 2007

Óptica Facetada

Óptica Facetada

Estados soberanos. Esses que todos se esqueceram que existe ao seu redor.
A vergonha que você sente de tudo que é belo, ou, digno de palavras de comprimento sincero, as suas ações não praticadas. O dever não cumprido, a inconsciência da moral com a qual você pensa estar de acordo ao se divertir com suas ferramentas de borracha e seus brinquedos carnais. Tudo isso, todo o espetáculo que não para, em ritmo frenético á sua volta, o pão e circo. O seu desprezar a sinceridade em alta nas últimas tendências do ano. Qual será a cor da vez? Quem sabe o vermelho que mancha as vestes de sangue de “Nanã”, ou a cobertura do céu laranja na esplanada da gangue que arrasta para o chão tal humilde senhora, Nanã, a zeladora da “banquinha” (do falso circulo de “Cooper” burguês, na praça merda Oswaldo Cruz). Comentou ao arcanjo curitibano, um menino de 11 anos, “Tiaguinho” que caminhava sufocado pela indiferente cara amarela ( com “botox”) de sua mãe , entediada com pedintes de 4 anos cheirando cola na alferes poli (o centro do universo infecto do reino de deus). No momento em que sua mãe só pensava em chegar em casa, para poder dar o “botox”, de repente, assiste-se ao ato da semana: Nanã atravessando a entrada da Igreja Universal do Reino de Deus e sendo atacada por dois jovens de aproximadamente 12 anos. À volta disso estavam dois rapazes indignados com a demora incessante da condução “bi-articulada”, que viera lotada no setor da porta 3, impossibilitando seus respectivos acesso ao ônibus, se não tendo um deles a brilhante idéia (que lhes faltou coragem de concretizar) de adentrar pelas portas de saída.

O comentário elitista e exclusivo de um deles fora:
-
- Isso é culpa do pseudoprograma de inserção social criado pelo governo, tornando a tarifa do transporte público 50% mais barata aos domingos, possibilitando, portanto, que eu veja uma senhora de 50 anos sendo estuprada por dois meninos dopados, ao sair de casa.
- E continuou: - Podia ser, ao menos, mais afastado do centro da cidade!
-
- Seu amigo comentou:
- Estou começando a ficar assim:
- Verde de fome.
As janelas da imensa edificação citada no transcorrer do enredo, continuaram reluzindo azul na vitrine espelhada , a soberania luxuriosa, o poderio da “fé” e a nossa vontade incomum de achar o pote de ouro que se esconde atrás do arco íris, custe o que custar. Alguns chamam de força de vontade, outros de “ambição saudável”. Pela necessidade contextual aguçada denomino, pois, “Escrotice coletiva”.Tragam sete “SIATES” piscando luzes atônitas para condecorar a triste cor fora de moda, em alta nas passarelas das calçadas, a calcinha toda anil que a senhorita cujo nome é único para cada homem não usava ao vender seu sexo anal virgem de 15 anos por 10 reais, no centro de Curitiba, certo dia, na rua Riachuelo.
Deixe-me um vaso violeta por ser o menino do tubo de ônibus nesta história, ter feito o comentário mais longo citado e não ter ainda me arrependido disto. A cores do arco-íris continuarão sendo sete, descritas em parábola, simbolizando a grosseria intelectual que faz sentirmos-nos normais ao rir de tudo que não tem graça, fazermos zombaria com as melancolias do mundo, e brigarmos pelos melhores lugares na platéia, feito macaco preso na gaiola do zoológico, para assistir a peça de comédia “noir” que rege a realidade perceptível aos nossos sentidos ilimitadamente vazios.

Este texto é baseado em fatos reais

João Rafael Candia Athas/Vinícius Andrade Vieira

Meu Título Maquiado

É preciso viver os demônios da vida,
saber lutar, articular, jogar o jogo da hipocrisia
aceitar ser pisoteado e pisotear,
reverenciar um qualquer com a falsa moralidade
conseguir atender às expectativas,
sou falso verdadeiro

Tente não envolver conceitos éticos
te ligam, ninguém atende
não quer jogar,
sabes o quanto és importante,
e o quanto mais deveria ser, se soubesses
estás a andar com quem nunca te conhecerá
Ah! teus novos velhos conceitos éticos
não me deixam acreditar o quão formosa sua pele
poderia ser, exposta ao ar seco

Com mil avarias mentais ando flutuando,
quero respostas rápidas do senhor das esferas
sobre as mórbidas faces dos senhores nas segundas de tantas feiras,
construção com o corpo nu, com os olhos voltados para os cegos
eu sou...

João Rafael Candia Athas/Vinicius Andrade Vieira

25 de fevereiro de 2007

Aviso aos Navegantes

Não precisamos de marinheiros a passeio. Não precisamos de retórica, as respostas obtidas nos libertam de qualquer necessidade. Se sofres do mal que é o preconceito cultural, insistimos em que não torne a transpor os tijolos erguidos em nossa construção. Estão convidadas "pessoas", as portas estão fechadas para rótulos. O portão do muro que nos cerca só vê a via da saída, não há entrada, você está ou não do lado de dentro. Tome cuidado, leve pelo lado pessoal, todo o dito é interpessoal e o não dito é seu. A irrelevância dos sentidos é justamente relevante. A verdade dorme como crianças coloridas em nossos sonhos, não há toque que não o despertar. Morte ao amor é o coro estampado repetitivo em suas risadas entorpecidas. Morte ao amor aparece tatuada em vossa pele, matemos então o amor se só te guias pelo desespero. Se só desconfias pelo ódio, se tatua mentiras nos pensamentos em troca da imagem do não juízo, do não sofrimento. Vi mocinhas e rapazes, tragando ilusões de amor. Falso "soma". Coma induzida. Mastigando farrapos em troca de comida para os vícios. Inventaram um dia, o vício. Vício Ilícito. Inventemos...

João Rafael Candia Athas/Vinicius Andrade Vieira.

Dueto Prólogo

Um Enxame de palavras ardidas há de polinizar com sapiência as ervas daninhas da mediocridade, não há canto aqui se não o ruído ácido da verdade. Não há de cegar valores, dissecar a coragem. Nos falta espaço para ódio ou amores, quaisquer que sejam os extremismos que subvertam a liberdade de se expor profeticamente o lado negro da mentira coletiva que germina concenso ao ser plantada pela ignorância.

João Rafael Candia Athas/Vinícius Andrade Vieira