27 de fevereiro de 2007

Óptica Facetada

Óptica Facetada

Estados soberanos. Esses que todos se esqueceram que existe ao seu redor.
A vergonha que você sente de tudo que é belo, ou, digno de palavras de comprimento sincero, as suas ações não praticadas. O dever não cumprido, a inconsciência da moral com a qual você pensa estar de acordo ao se divertir com suas ferramentas de borracha e seus brinquedos carnais. Tudo isso, todo o espetáculo que não para, em ritmo frenético á sua volta, o pão e circo. O seu desprezar a sinceridade em alta nas últimas tendências do ano. Qual será a cor da vez? Quem sabe o vermelho que mancha as vestes de sangue de “Nanã”, ou a cobertura do céu laranja na esplanada da gangue que arrasta para o chão tal humilde senhora, Nanã, a zeladora da “banquinha” (do falso circulo de “Cooper” burguês, na praça merda Oswaldo Cruz). Comentou ao arcanjo curitibano, um menino de 11 anos, “Tiaguinho” que caminhava sufocado pela indiferente cara amarela ( com “botox”) de sua mãe , entediada com pedintes de 4 anos cheirando cola na alferes poli (o centro do universo infecto do reino de deus). No momento em que sua mãe só pensava em chegar em casa, para poder dar o “botox”, de repente, assiste-se ao ato da semana: Nanã atravessando a entrada da Igreja Universal do Reino de Deus e sendo atacada por dois jovens de aproximadamente 12 anos. À volta disso estavam dois rapazes indignados com a demora incessante da condução “bi-articulada”, que viera lotada no setor da porta 3, impossibilitando seus respectivos acesso ao ônibus, se não tendo um deles a brilhante idéia (que lhes faltou coragem de concretizar) de adentrar pelas portas de saída.

O comentário elitista e exclusivo de um deles fora:
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- Isso é culpa do pseudoprograma de inserção social criado pelo governo, tornando a tarifa do transporte público 50% mais barata aos domingos, possibilitando, portanto, que eu veja uma senhora de 50 anos sendo estuprada por dois meninos dopados, ao sair de casa.
- E continuou: - Podia ser, ao menos, mais afastado do centro da cidade!
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- Seu amigo comentou:
- Estou começando a ficar assim:
- Verde de fome.
As janelas da imensa edificação citada no transcorrer do enredo, continuaram reluzindo azul na vitrine espelhada , a soberania luxuriosa, o poderio da “fé” e a nossa vontade incomum de achar o pote de ouro que se esconde atrás do arco íris, custe o que custar. Alguns chamam de força de vontade, outros de “ambição saudável”. Pela necessidade contextual aguçada denomino, pois, “Escrotice coletiva”.Tragam sete “SIATES” piscando luzes atônitas para condecorar a triste cor fora de moda, em alta nas passarelas das calçadas, a calcinha toda anil que a senhorita cujo nome é único para cada homem não usava ao vender seu sexo anal virgem de 15 anos por 10 reais, no centro de Curitiba, certo dia, na rua Riachuelo.
Deixe-me um vaso violeta por ser o menino do tubo de ônibus nesta história, ter feito o comentário mais longo citado e não ter ainda me arrependido disto. A cores do arco-íris continuarão sendo sete, descritas em parábola, simbolizando a grosseria intelectual que faz sentirmos-nos normais ao rir de tudo que não tem graça, fazermos zombaria com as melancolias do mundo, e brigarmos pelos melhores lugares na platéia, feito macaco preso na gaiola do zoológico, para assistir a peça de comédia “noir” que rege a realidade perceptível aos nossos sentidos ilimitadamente vazios.

Este texto é baseado em fatos reais

João Rafael Candia Athas/Vinícius Andrade Vieira

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