1 de novembro de 2008

Esquina num balão pipa que perdeu o teto

Beijo cândido teu na esquina
é um segundo envolto em vácuo,
flutua no eco.
Amor é um balão sem teto.

Lábio rubro ameno,
O som do sim da tua boca
É corpo d’água em bica,
Encharco toda a chatice,
Se um som de sim tocar em troca.

Eu sei que cada esquina do meu peito
Vê miragem rota, vê o meu amar,
Mas sigo intacto, mas caminho.
Toda miragem é balbuciar uma loucura amante
em busca daquele beijo incerto,
em busca do primeiro gole flutuante
Da primeira esquina invadida.

Esquina em que me arrancaste
Chão, parede, teto.
Esquina para um jantar a dois:
Teu sim e teu sim também.

Esquina zepelim que te trouxeste,
que existe quando suo
sobre o teu cândido envolto em vácuo,
Esquina que te grita em afeto
para inundar amor em bica.

Esquina de que um dia, envolto em brita,
Partirei mais cego,
Trôpego em falsos rastros de um balão pipa,

Inundado em esquina ou a procura do teto...

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