15 de novembro de 2008

Por ser poeta me condeno ao escarro
De livre, em vôo, sepultado.
Entregue, me torno escravo.

Sensível, antes morro, mas não vos entrego aos ratos
Como me entregastes aos homens.
Do mundo corro.

Asas flageladas arrastam o asfalto.
Ares me esquecem o peito, que não sucumbe. A que escalada vã me condenaste? Quão alto?
Socorro...

Perpétuo filho do verso,
O papel é inalação assaltante,
Revido-te num roubo, um instante...
Arrasto-te...um eu lírico, um berro.

Descanso o baço,
E mesmo assim me esquece o fôlego,
Ainda sirvo, eis que sou ferro.

Um comentário:

Angela Hortencia disse...

Sensível, antes morro, mas não vos entrego aos ratos
Como me entregastes aos homens.

A que escalada vã me condenaste? Quão alto?
Socorro...

Ainda sirvo, eis que sou ferro.