A solidão que queima como um centavo
à fração quente de fazer virar brasa o cigarro.
Com paixão se apunhala o amargo do não amor estendido
no chão abatido do quarto de prostíbulo,
com decoração de escravas.
Uma senzala aonde as luzes se apagam
assim que afagam os trocos,
sai vestindo-se aos trapos do flagelo dormente
e volta-se para casa.
A chama das palavras se reacende
com o uso desnudo, do feminino,
e dos meninos que brincam em canoas
semi-afundadas no cais de porto;
saias rodadas e bolsas curtas das meninas
semi-adultas, também a brincar com os senhores do paço,
semi-adúlteros, sem esconder a culpa dos passos regressos,
exalantes odores de vulva.
Seguem-lhes certa madrugada as semiviúvas
cansadas de maltrato. E choram, e se conformam, e se lamentam ao poeta
que deparam vestindo a rabeca ao sair da escuridão do beco, da boca do beijo
que fizera apagar as velas.
Tropeça-lhe uma lágrima desejosa de vingança e outro de cortejo.
As palavras se reascendem, derretem cera, que seca fria
em um candelabro de mazelas.
Sr Escritor: deite as palavras no lenço branco,
ao deixar a esposa cornada na porta de casa;
seque o pranto sem asas e enxugue o lirismo do poema franco,
que se conclua como quiser.
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