18 de março de 2008

Noites

Uivos do vento.
Roncos do aposento me contornam.
O corredor subindo
ao meu andar sem sono.

Ruídos da noite.
Tenebrosos ruídos me disperssam.
Açoites sem dono.
Nada mais é moderno.

Nada menos depende do dono,
o céu escuro em pensamentos claros.
Pés descalços, suspensos, dispertos
me levantam da cama ao trono.

Pernas pro ar. A noite me faz a fora.
A inspiração aflora e vou.
Me rendo ao palavrório
que cessa o não cansaço e me deita.

Um traço "vivaz".
Garrancho a mais me resta desses dias.
Me condeno medíocre
ao mundo, inimigo da fantasia.

Só o que resta.
Peripécias do escrito apático.
Qual foi o hábito de escrita
que restou aos bons poetas?

Nada mais é moderno.
Esvaia-se vazão do contemporâneo!
O que virá de vanguarda?
Um nada novo sem fim externo.

4 comentários:

Carlos Pegurski disse...

Tenho achado suas loucuras ada vez mais interessantes! Tenho conseguido me encotnrar nessas situações comuns, de tipos comuns, da vida comum. E, ou sou comum, ou com uma vida, eu como o subjetivo do todo - nada mais moderno que dores contemporâneas e comuns.

Anônimo disse...

me rendo.

Carlos Pegurski disse...

que tal largar da apostila e atualizar?

Angela Hortencia disse...

Pernas pro ar. A noite me faz a fora.
A inspiração aflora e vou.
Me rendo ao palavrório
que cessa o não cansaço e me deita.

a imagem é perfeita na minha mente.
;*