18 de abril de 2007

Tonho voto 13!

Tonho sonhador
Os Tonhos e o mesmo sonho
Efêmeros sonhos

E eu adentro o sonho do Tonho

Puxo a cortina
que me leva em direção a retina
escalo quatro vasos sanguíneos;

“Tonho Imaginativo”

O suor de Tonho que escorre
Circunda o seu bigode
E o medo de me ver, delírio,
Sentado no córtex

Caras iguais, rostos
Todos iguais
Muito mais Tonho
Todos Tonhos, o mesmo rosto

Todos alisando o bigode
Como Tonho e como Dom Antonio
Dom Antonio neto o nome
Tonho, somente um pseudônimo

E todos caboclos
De pixain até
O começo de barba
Por fazer até o pescoço

E os anos que passam
E os Tonhos que passam a pé,
A cavalo, de carroça
e no Trem

Tonho sem carro
Tonho sem carruagem
Montado no jegue,
Tonho do pão com manteiga

Tonho sem “viadagem”
O primeiro Tonho
No meio da criadagem
Tonho da navalha seca cortando na cara

O mesmo sonho distante
O Tonho de amanhã
Tomando suco
Das laranjas que colhe

O Tonho diferente
O tonho sem malandragem
Escolhendo entre as canas que mói
O sabor igual ao sonho que engole

O Velho Tonho da Condução
Do carnê do Baú
Com camisa do flamengo
Tonho voto 13

Tonho das 5 as 8
E o bom senhor que não ajuda
Tonho tolo que cedo madruga
E troca os números da urna por 4 pacotes de biscoito e 5 de açúcar

Tonho quebra muros
Tonho tijolo por tijolo
Massa corrida
Sagaz, contente, sorridente Tonho “criolo”

Tonho sem estudo
Tonho mestrado pela vida
Tonho de dentadura
Do mínimo que o engrandece dia 30

E a pinga ardida
Que viro água
E as magoas que não viram e não abriram feridas
Os calos até meio dia no sábado, e a folga do domingo

E a criançada feliz e virando Tonho
Os 18 chega e o Tonho com T maiúsculo
O Tonho com a primeira sílaba tônica
E a crônica Tonha com mais um tonhinho dentro do bucho

E a casa de Tonho que nem coração de mãe
E o Tonho que apanha dia após dia
Procria e perpetua
A espécie Tonho na rua procurando emprego





Tonho que não agüenta a mesma ladainha matutando lá dentro do córtex
Sou expelido de dentro de Tonho
Pelas vias respiratórias do trago
antes de Tonho imitar seu serviço, Tonho João de Barro

O mesmo Tonho poluindo a atmosfera
com seu cigarro
E as caras iguais, rosto
Todos iguais

Muito mais Tonho
Todos Tonhos
Sempre iguais
Sempre Tonho....

Vinícius Andrade Vieira

6 comentários:

Anônimo disse...

vina meu velho!
vc é bom!
vo te falar,
esse é o caminho

Anônimo disse...

Po tu tento faze alguma alusão à esquerda, ou coisa do tipo?
muito legal a maneira que você escreve...

Anônimo disse...
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Anônimo disse...

Anônimo disse...
oi...li e reli alguns que já tinha lido antes...
Gostei do jeito que algumas verdades são ditas...

beijo Vinícius

Tiago Valenciano disse...

das 5 às 8....dá 13...e treze é sorte ou azar. Tonho é sorte ou é azar?

Bela poesia:D

Anônimo disse...

entao
como eu estava te dizendo no msn

mandou MUITO bem com esse poema ;D


te invejo =}
eu queria saber escrever poesia.
mas enfim \o\

=**