Um nada sozinho no meio do nada.
Tremendo moinho eu faço e desfaço
as flores que rego, as pétalas mortas
não sabem das curvas e escorrem no ralo...
e desde criança perdia os brinquedos,
meu dedo roia, perdia os amigos,
perdido no tempo, não há mais abrigo
pro sopro do vento teimoso e gentil.
Semana que vem está tudo enterrado.
Boneco, mentira, está tudo encerrado.
Dormindo eu acordo e me deito encravado.
No peso do sono, enterro assombrado.
Me choro por dentro, sorrio abstrato.
Me choro por dentro, maltrato e destrato.
Me choro por dentro, me gozo me rasgo.
Me choro um rebento de choro de rato.
Atrás dos
Momentos
Ou mesmo dos
Rastros
Se ela te pega e te deita nos braços,
O sonho da noite te traz um embalo.
Os olhos enxugam e o peito arrebata,
Mas não cicatriza e escorre de novo...
Vinícius Andrade Vieira
20 de abril de 2007
18 de abril de 2007
Tonho voto 13!
Tonho sonhador
Os Tonhos e o mesmo sonho
Efêmeros sonhos
E eu adentro o sonho do Tonho
Puxo a cortina
que me leva em direção a retina
escalo quatro vasos sanguíneos;
“Tonho Imaginativo”
O suor de Tonho que escorre
Circunda o seu bigode
E o medo de me ver, delírio,
Sentado no córtex
Caras iguais, rostos
Todos iguais
Muito mais Tonho
Todos Tonhos, o mesmo rosto
Todos alisando o bigode
Como Tonho e como Dom Antonio
Dom Antonio neto o nome
Tonho, somente um pseudônimo
E todos caboclos
De pixain até
O começo de barba
Por fazer até o pescoço
E os anos que passam
E os Tonhos que passam a pé,
A cavalo, de carroça
e no Trem
Tonho sem carro
Tonho sem carruagem
Montado no jegue,
Tonho do pão com manteiga
Tonho sem “viadagem”
O primeiro Tonho
No meio da criadagem
Tonho da navalha seca cortando na cara
O mesmo sonho distante
O Tonho de amanhã
Tomando suco
Das laranjas que colhe
O Tonho diferente
O tonho sem malandragem
Escolhendo entre as canas que mói
O sabor igual ao sonho que engole
O Velho Tonho da Condução
Do carnê do Baú
Com camisa do flamengo
Tonho voto 13
Tonho das 5 as 8
E o bom senhor que não ajuda
Tonho tolo que cedo madruga
E troca os números da urna por 4 pacotes de biscoito e 5 de açúcar
Tonho quebra muros
Tonho tijolo por tijolo
Massa corrida
Sagaz, contente, sorridente Tonho “criolo”
Tonho sem estudo
Tonho mestrado pela vida
Tonho de dentadura
Do mínimo que o engrandece dia 30
E a pinga ardida
Que viro água
E as magoas que não viram e não abriram feridas
Os calos até meio dia no sábado, e a folga do domingo
E a criançada feliz e virando Tonho
Os 18 chega e o Tonho com T maiúsculo
O Tonho com a primeira sílaba tônica
E a crônica Tonha com mais um tonhinho dentro do bucho
E a casa de Tonho que nem coração de mãe
E o Tonho que apanha dia após dia
Procria e perpetua
A espécie Tonho na rua procurando emprego
Tonho que não agüenta a mesma ladainha matutando lá dentro do córtex
Sou expelido de dentro de Tonho
Pelas vias respiratórias do trago
antes de Tonho imitar seu serviço, Tonho João de Barro
O mesmo Tonho poluindo a atmosfera
com seu cigarro
E as caras iguais, rosto
Todos iguais
Muito mais Tonho
Todos Tonhos
Sempre iguais
Sempre Tonho....
Vinícius Andrade Vieira
Os Tonhos e o mesmo sonho
Efêmeros sonhos
E eu adentro o sonho do Tonho
Puxo a cortina
que me leva em direção a retina
escalo quatro vasos sanguíneos;
“Tonho Imaginativo”
O suor de Tonho que escorre
Circunda o seu bigode
E o medo de me ver, delírio,
Sentado no córtex
Caras iguais, rostos
Todos iguais
Muito mais Tonho
Todos Tonhos, o mesmo rosto
Todos alisando o bigode
Como Tonho e como Dom Antonio
Dom Antonio neto o nome
Tonho, somente um pseudônimo
E todos caboclos
De pixain até
O começo de barba
Por fazer até o pescoço
E os anos que passam
E os Tonhos que passam a pé,
A cavalo, de carroça
e no Trem
Tonho sem carro
Tonho sem carruagem
Montado no jegue,
Tonho do pão com manteiga
Tonho sem “viadagem”
O primeiro Tonho
No meio da criadagem
Tonho da navalha seca cortando na cara
O mesmo sonho distante
O Tonho de amanhã
Tomando suco
Das laranjas que colhe
O Tonho diferente
O tonho sem malandragem
Escolhendo entre as canas que mói
O sabor igual ao sonho que engole
O Velho Tonho da Condução
Do carnê do Baú
Com camisa do flamengo
Tonho voto 13
Tonho das 5 as 8
E o bom senhor que não ajuda
Tonho tolo que cedo madruga
E troca os números da urna por 4 pacotes de biscoito e 5 de açúcar
Tonho quebra muros
Tonho tijolo por tijolo
Massa corrida
Sagaz, contente, sorridente Tonho “criolo”
Tonho sem estudo
Tonho mestrado pela vida
Tonho de dentadura
Do mínimo que o engrandece dia 30
E a pinga ardida
Que viro água
E as magoas que não viram e não abriram feridas
Os calos até meio dia no sábado, e a folga do domingo
E a criançada feliz e virando Tonho
Os 18 chega e o Tonho com T maiúsculo
O Tonho com a primeira sílaba tônica
E a crônica Tonha com mais um tonhinho dentro do bucho
E a casa de Tonho que nem coração de mãe
E o Tonho que apanha dia após dia
Procria e perpetua
A espécie Tonho na rua procurando emprego
Tonho que não agüenta a mesma ladainha matutando lá dentro do córtex
Sou expelido de dentro de Tonho
Pelas vias respiratórias do trago
antes de Tonho imitar seu serviço, Tonho João de Barro
O mesmo Tonho poluindo a atmosfera
com seu cigarro
E as caras iguais, rosto
Todos iguais
Muito mais Tonho
Todos Tonhos
Sempre iguais
Sempre Tonho....
Vinícius Andrade Vieira
15 de abril de 2007
Cadê moças família?
Havia dois meninos no rio Carioca.
A queda da cachoeira
no dia da pororoca
só dava piranha.
Dona Xana, Sinhá Perneta,
vinha dizendo já em dezembro.
Sábia profetisa. Disse ela:
- A cheia vai te piranha!
Nhadt! E deu. Não é que deu, encheu todos os cantos de piranha.
Piranhas novas, velhas. Piranhas anônimas
Piranhas famosas, pré-piranhas e ex-piranhas.
A cultura de todas quererem ser piranha.
Pra lá e pra cá rosas e cravos
debaixo da sacada,
Comendo pelos narizinhos, farinha.Pelos buraquinhos sendo comidas, e regadas com inseticida.
Vinícius Andrade Vieira / João Rafael Cândia Athas
A queda da cachoeira
no dia da pororoca
só dava piranha.
Dona Xana, Sinhá Perneta,
vinha dizendo já em dezembro.
Sábia profetisa. Disse ela:
- A cheia vai te piranha!
Nhadt! E deu. Não é que deu, encheu todos os cantos de piranha.
Piranhas novas, velhas. Piranhas anônimas
Piranhas famosas, pré-piranhas e ex-piranhas.
A cultura de todas quererem ser piranha.
Pra lá e pra cá rosas e cravos
debaixo da sacada,
Comendo pelos narizinhos, farinha.Pelos buraquinhos sendo comidas, e regadas com inseticida.
Vinícius Andrade Vieira / João Rafael Cândia Athas
10 de abril de 2007
E Após o Luto....esteja com os anjos Su...voltamos às atividades
Pare na pista....
Mas já é tarde...amanhã à tarde
o granizo ainda vai atingir meu peito
vindo do céu cinzento...
Foi por tão pouco
Foi tão pouco
que mesmo prevendo
era pouco para te dizer...
Lamento o inevitável por tão pouco...
Não há beleza na loucura
se não para o próprio louco,
Mártir da própria insanidade
refém do abismo
que se atira antes dos 20 anos de idade...
Choro sem soluçar, escorro as letras
neste papel fúnebre que agora trafega rumo
ao sono de meio termo,
entre as duas dimensões
que te chamam e clamam à sua espera...Foi a troca que fizeste
ingenuamente.
Deu te tudo
em troca, uma espera eterna
pelas coisas todas que aqui ficaram pendentes e presas nesta esfera....
Coisas tolas da vida...quase todas as coisas.
Já havia sido anunciado
por poetas mais capazes, limitado à atmosfera das perdas:
Os bons se vão antes,
desfazem-se rapidamente como as rosas enterradas no solo úmido, em luto...
Pode parecer bruto
mas entre o espanto e o soluço
fica uma pergunta:
Qual o destinatário a ser endereçado
em tal carta de absolvição?
E se me permite mais uma indagação.
Onde estavam os anjos da guarda
no instante em que a existência lhe tomou a parte toda de tudo?
Qual será o plano de vôo do pombo correio
que te permitiu planar e ter a grande questão respondida?
João Rafael Candia Athas/Vinicius Andrade Vieira
Mas já é tarde...amanhã à tarde
o granizo ainda vai atingir meu peito
vindo do céu cinzento...
Foi por tão pouco
Foi tão pouco
que mesmo prevendo
era pouco para te dizer...
Lamento o inevitável por tão pouco...
Não há beleza na loucura
se não para o próprio louco,
Mártir da própria insanidade
refém do abismo
que se atira antes dos 20 anos de idade...
Choro sem soluçar, escorro as letras
neste papel fúnebre que agora trafega rumo
ao sono de meio termo,
entre as duas dimensões
que te chamam e clamam à sua espera...Foi a troca que fizeste
ingenuamente.
Deu te tudo
em troca, uma espera eterna
pelas coisas todas que aqui ficaram pendentes e presas nesta esfera....
Coisas tolas da vida...quase todas as coisas.
Já havia sido anunciado
por poetas mais capazes, limitado à atmosfera das perdas:
Os bons se vão antes,
desfazem-se rapidamente como as rosas enterradas no solo úmido, em luto...
Pode parecer bruto
mas entre o espanto e o soluço
fica uma pergunta:
Qual o destinatário a ser endereçado
em tal carta de absolvição?
E se me permite mais uma indagação.
Onde estavam os anjos da guarda
no instante em que a existência lhe tomou a parte toda de tudo?
Qual será o plano de vôo do pombo correio
que te permitiu planar e ter a grande questão respondida?
João Rafael Candia Athas/Vinicius Andrade Vieira
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