27 de maio de 2009
9 de maio de 2009
Dentro do Elevador
Dentro do elevador
Não minto ao espelho
Sou mesmo e é isso.
Dentro do elevador;
Meu cachorro no colo
Não me deseja bom dia
(pelo menos ele)
Dentro do elevador
Penso na queda,
No romper os cabos.
Dentro do elevador
Teme-se a queda no espaço
Sem a lembrança de si através do tempo.
Teme-se ter o rosto desconfigurado.
(Tudo, menos desconfigurar-se o rosto)
Teme-se não ter lembrado o riso
Por aqueles que ficarão
Não ter perdoado a última briga
Pensando bem.
Dentro do elevador
Faço as pazes com a vida
Esqueço o espaço de tempo incorruptível
em que tem-se a queda
ao longo da subida
os medos do elevador são os medos naturais
o rosto diário, feio no espelho do elevador
são os anos pairando minha gravitação:
ascensão ao último altar.
Dentro do elevador é o sonho de não acordar.