31 de janeiro de 2008

sono meu...


...tiraram meu soma;
meu sono; meu sarro;
meu cigarro de riso;
ficou mais díficil...

...ficou mais silêncio forçado, o viver
nesse Eu que verso novo;
constante Eu que verso novo
que só repete um "avant garde" verso pomposo...

...anjos negros e suas oferendas múltiplas
nos meus sonhos de penosas súplicas;
vaidoso mar de rosas lírico
no contorno de um vulcão triste e invertido...

...será possível, será?
decifrar sentimentalismo codificado
em busca do amor que venha como amor e com amor...
me livrar mais um cigarro...

o amor que aguarde e nos guarde do pelejo,
nos guarde dessa sopa de palavra com letra em erupção
confuso cansaço do meu coração
e minha cabeça com medo...

15 de janeiro de 2008

Adolf


Riso de chiado de olho diagonal.
A Inteligência demasiada é um náufrago congelado...em S L O W M ooootion....
Maldição da vida eterna a ambição elementar.
Não és bom ou ruim,

Tu és, Homem.

11 de janeiro de 2008

Um tapa...


Tu és...narciso...

espelho da minha auto-crítica
que me abandona,
de calças brancas; chapéu de palha;
peito pelado; na praia despida...

corujas pensam por mim
e durmo como elas;
como carne e sinto culpa
de tudo que não refresca a cuca

sem narco talvez possa
passear de barco naquela poça
que atrai meu rosto ao meu olhar
e que me mata ao não amar...

5 de janeiro de 2008

Que luta?


Palavras desimportantes.

Na estante guardadas,

palavras. Nada mais

que um instante contente.


Nada mais que falácias,

palidez cálida da cor daquilo,

gélida e estandarte,

um insight "mind blowing"


um "flash", um "rush"

Um lixo! Um luxo!

impreciso atrito delirante;

lácteo combústivel.

resumindo, e bem objetivo.

Sento, bebo delirante.

O leite escorre pelos dentes

e escrevo...

2 de janeiro de 2008

Ato II


Não pense
Que houve lucidez
que te cegou perpetuamente com imensa rapidez
que não possa se lembrar (que não se lembre).

Tudo sempre foi assim.
As verdades lúcidas
e lúdicas são o seu estado normal
de exatidão para-normal

Não precisa de quarentena
Seus dias já o são
Repetição de 40 dias e 40 noites
Em 365 mols de certeza plena.

Sua mente se engana
Quando você pensa ver o oásis
Sua mente se engana
Quando pensas em ter visto o oásis

A fruta de cera
Que se mostra suculenta, fantástica
E na primeira mordida: o amargo,
Do caroço apodrecido.

quando no fundo não enxergas um chiqueiro, imundo
segue seu destino trilhando o rastro do irrestrito
e como cão infecto pelo desejo da carne
continua-se salivando pérolas aos porcos.

Vinícius de Andrade Vieira / João Rafael Candia Athas