Aqui, sentado na curva do rio,
respiro...
não tenho um centavo,
respiro...
não tenho um centavo,
tô vivo...
A holanda me inunda
A holanda me inunda
com seus barcos atracados,
esrevo...
escorre um soneto, no porto...
nada escuto,
escorre um soneto, no porto...
nada escuto,
sou cego, nada vejo.
Sou velho,
Sou velho,
sou mudo
É o mundo através de olhos inchados.
Na volta para casa,
É o mundo através de olhos inchados.
Na volta para casa,
é o trem que segue
o curso do rio.
Imagino...minhas mil faces
Imagino...minhas mil faces
e o mendigo com seu instrumento
mija no rastro dos pombos,
ele se senta...
Não percebo as tartarugas,
ele se senta...
Não percebo as tartarugas,
que nadam
no meio do canal
que seus cascos não virem sapatos...
e, depois de um dia cheio,
no meio do canal
que seus cascos não virem sapatos...
e, depois de um dia cheio,
que enterrem meu coração...