caudalosa conha côncava,
limo.
escorrega muda no matadeiro.
ressucita, o mar, o mundo
num espirro de onda em pedra
vaga, chicoteia,
brinca
inunda o lindo.
gole vestigioso colore
meu sonho verde pré-cabralino.
Do amarelo, ouro, à ruínas
tombou piscina em terra,
domou cultura em guerra,
emperou oceano em naus,
descobriu café mascavo
em negros panos, sopapos.
foi de aldeia à alcapao.
Sul da ilha do desterro,
em friccao desenterra,
escava escrava um enterro.
Embevece o vento em refúgio
entorpece os olhos
num planar de pio.
Acaricia o horizonte vaga
são cabelos loiros praia,
lâmina azul entre os rochedos.
30 de dezembro de 2008
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